Quantas vezes você já ouviu os gritos enlouquecidos de Galvão Bueno? Na maioria das vezes são em jogos da Seleção Brasileira. Porém, isso também acontece nos clubes de grandes portes do Brasil.
Após um jogo do Corinthians, em 1998, o então técnico do Palmeiras, Luís Felipe Scolari, chegou a seu estopim. Scolari, veio a público mostar sua insatisfação com o narrador, que ao narrar os gols corintianos, Galvão, narrava os gols com mais emoção do que aos gols do rival Palmeiras.
Sua indginação causou problemas ao narrador. E na semana subsequente ao fato, Galvão foi trabalhar no Parque Antática, campo do Palmeiras, e só conseguiu sair do estádio por volta das 4 horas da madrugada, sob escolta policial.
Com esse debate fica claro que o futebol é um show, mas quando falamos sobre direito de transmissão, a família Marinho, empresa em que Galvão Bueno trabalha e proprietários do grupo Rede Globo, mostra o contrário e autoritário.
A TV Globo tem os direitos do Campeonato Brasieliro desde 1995, mas que só tiveram valorização apenas em 1997, quando conseguiu exclusividade nas transmissões. Mas para isso acontecer a emissora tem de fazer com que os jogos se transformem em espetáculos, praticamente sem erros. Nunca mostrando o estádio vazio, não falando sobre as péssimas condições do campo, não criticar os erros de arbitragem entre outras coisas, e com isso fazendo o futebol virar um "show".
Mas à um outro tipo de "show" que não é mostrado. A Rede Globo escolhe os jogos que serão exibidos. Mas será que ela tem todo esse direito? Para mim isso é um absurdo, mas a emissora tem sim, pois ela pagou para ter exclusividade.
Um exemplo bem claro disso aconteceu em 1998. O Grupo Roberto Marinho comprou os direitos para a transmissão da Copa do Mundo por nada mais nada menos que 220 milhões de dólares. Foi uma oferta irresistivél na época, pois a Globo pagou essa quantia absurda apenas para não correr o risco de outra emissora também transmitir os jogos.
Para o mundial de 2002 não foi diferente à História. A emissora forneciam apenas 90 segundos de imagens dos melhores momentos das partidas para os concorrentes e com uma reserva. As emissoras que recebiam as imagens, só poderiam passa-las após a exibição de seu programa de esportes, o Globo Esporte, que entrava ao ar às 12:40h. Em caso de alguma emissora não cumprir as "regras" da emissora, a Globo, não fornecia mais nenhuma imagem, e, uma quantia em dinheiro seria paga por quebra de contrato.
Fato ocorrido essa semana me fez escrever esse artigo. A nona rodada do campeonato Brasileiro, teria todos os jogos realizados no final dessa semana. Porém, a emissora conseguiu mudar a data de apenas um jogo para quarta-feira, jogo entre Corinthians x Fluminense. Sabendo-se que na quarta haveria a final da Taça Libertadores. Porquê mudar o jogo sem tanta importância e deixar de transmitir em rede aberta o jogo mais importante do ano? Podemos dizer que pelo fato de não ser um time do eixo Rio-São Paulo?
Exato, isso acontece sempre que um time de baixo apelo comercial chega às finais da Taça Libertadores. Esse fato deixa bem claro a falta da ética no jornalismo que o Grupo Roberto Marinho mostra para o futebol, e também para os que são apaixonados por futebol e gostam de assitir um grande espetáculo de verdade, e não mostrar o mundo de fantasias em suas transmissões. Espero que isso acabe logo, e que na próxima quarta não aconteça o mesmo fato dessa semana, e que torcedores cruzeirenses espalhados por São Paulo e todo o Brasil a fora possam assistir ao jogo sem ter que recorrer ao pay-per-view.
de Lucas de Almeida
Dados retirados do livro "Jornalismo Esportivo" Paulo Vínicius Coelho